sábado, 25 de junho de 2011

Reflexão sobre A Marcha para Jesus.

O Professor Carlos Thomás vem dado ao longo dos ultimos 5 anos uma contribuição muito importante as causas LGBT e Afrodescendente em Pernambuco, seus textos nos leva a enxergar de outro angulo uma realidade que está de pano de fundo de muitas manifestações de preconceito e racismo:



Marcha para Jesus ou para matar?


A Marcha para Jesus nasceu em Londres, no ano de 1987, fundada pelo pastor Roger Forster, após a primeira outras tantas já aconteceram e vem acontecendo, inclusive aqui no Brasil, como foi o caso da 19ª ocorrida em São Paulo que atraiu aproximadamente 1 milhão de pessoas de vários credos cristãos.

Dentre os objetivos da Marcha está o de trazer as igrejas para a rua, porém a de São Paulo não teve só esse objetivo, pois entre outros estava o de pregar o ódio aos homossexuais, a crítica à decisão do STF do direito à união estável entre pessoas do mesmo sexo e o veto ao PL 122. Tudo isso promovido pelos lideres evangélicos, ou melhor, pseudo-evangélicos como Bispo Crivella, Pastor Malafaia e certamente com o aval do deputado Bolsonaro.


De acordo com meus cálculos se cada 1 pessoa da Marcha para Jesus incitada pelo discurso desses senhores resolvesse aderir à fala deles, teríamos 1 homossexual morto à pauladas, “lampadadas”, facadas ou tiros, resultando, assim , aproximadamente 1 milhão de homossexuais mortos. Tudo isso pelo simples fato do ódio pregado “em nome de Jesus”, justamente em nome do homem que foi crucificado e morto por ser oposição à opressão, às injustiças, às discriminações e à falta de amor ao próximo.


Uma contradição desses líderes à própria ideologia da doutrina do Cristo verdadeiro. O Brasil vive atualmente uma efervescência do Cristianismo com força maior no Protestantismo, isso tem atraído muita gente para as religiões evangélicas, o que deveria ser “uma bênção” (expressão usada pelos cristãos para se referir a coisas boas), mas que do meu ponto de vista não tem sido, isso porque as pregações e os discursos usados por alguns “servos do Senhor”, estão carregados de ódio, machismos, racismos, intolerâncias e homofobia; colocando em risco a paz e o amor tão pregados pelo nosso senhor Jesus Cristo, desse modo estão abandonando o verdadeiro Cristianismo que versa sobre o amor incondicional (ver episódio de Madalena e o apedrejamento assim como o do espinho da carne de Paulo), sobre o amor altruísta, sobre a caridade, e em oposição a isso reforçam violência.


Na Marcha para Jesus em São Paulo os líderes religiosos Malafaia e Crivella incitavam com seus discursos o povo à violência aos homossexuais, e quando se trata de povo, deve-se ter cuidado como se faz oposição a qualquer assunto, pois as conseqüências podem ser danosas.


O Cristianismo aqui no Brasil precisa ser repensado, re-avaliado, pois se isso não ocorrer, em pouco tempo seremos testemunhas de chacinas a homossexuais, a usuários de maconha, a povos de Religião de Matrizes Africana e Indígena e a toda pessoa que não comungue do mesmo pensamento pseudo-cristão, e tudo isso ocorrerá “em nome de Deus”, o que é um grande equivoco, pois o verdadeiro Cristo Jesus não é e nunca foi racista, homofóbico, machista e intolerante. Muita paz, muito axé.

Prof. Carlos Tomaz - carlinhostomaz@hotmail.com
Coordenação de formação da REDE AFRO LGBT
Ativista do MNU-PE
Membro do Forum Estadual de Educação Etnicorracial de PE.

sábado, 18 de junho de 2011

"Galo Preto, O Menestrel Do Coco" - Release Oficial do Filme

Release do Filme/Documentário
“Galo Preto, O Menestrel do Coco”.

Nascido em 1935, no hoje reconhecido Quilombo de Rainha Isabel no município de Bom Conselho de Papa Caças, agreste meridional de Pernambuco, cresceu o menino Galo Preto, que herdou de sua família toda tradição do coco sertanejo e brejeiro, também da poesia de repente e embolada. Típico cantador de coco, resguarda em si o traço genético da percussão e da criatividade virtuosa do repente, além da história dos seus antepassados, cantadores tradicionais.

O filme/documentário, “Galo Preto, o Menestrel do Coco”, 46’min., do cineasta e roteirista Wilson Freire, conta a história do senhor Tomaz Aquino Leão, Mestre Galo Preto, que é o último representante vivo e ativo da tradição do coco do Quilombo de Rainha Isabel e da tradição de sua família. Com roteiro e pesquisa surpreendentes, cheio de surpresas e informações preciosas, que remontam à história do ritmo musical conhecido como coco e da música popular no país, trazendo à luz, personagens incríveis de seu convívio, este documento audiovisual torna-se uma peça indispensável para o avanço do reconhecimento dos grandes mestres negros e índios das culturas tradicionais. Além de ser um elemento que garante a preservação da memória deste singular artista que fez do coco e da embolada, enfim, da música, sua vida. Aos 75 anos de idade, o Mestre Galo Preto, continua ativo e criativo, dando à cultura que pertence, a perspectiva de continuidade e, é acima de tudo, um patrimônio de todos os brasileiros, merecendo este reconhecimento.

O filme, ainda, revela segredos guardados há décadas e remonta uma linha do tempo do negro na mídia nacional, sobretudo na resistência do coco, como elemento de auto-estima e referência da música pernambucana para a construção de novos rumos no mercado musical das décadas de 1960 a 1990.
Este registro nos traz informações valiosas de pesquisa e das relações artísticas culturais entre os pernambucanos.

O Mestre Galo Preto aceitou realizar este filme para garantir a salvaguarda de sua história e tradição, que como missão de vida, pretende deixar para os mais novos, para que nunca morra esta cultura que ele mesmo diz ser “negra/indígena e pernambucana de seus ancestrais”.

Registrar, em audiovisual, parte desta história e oralidade é contribuir para que essa memória se mantenha viva e dinâmica, que ela possa dar luz a novos pensamentos, que ela possa contribuir para a perpetuação do coco.

Lançamento Oficial: 24 de Junho de 2011 – Nascedouro de Peixinhos às 19h.
Informações: 55 81 8887-1496 / alexandrelomilodo@gmail.com
Valor para compra: R$: 20


Ficha técnica do Filme/Documentário “Galo Preto, O
Menestrel do Coco”.

Roteiro e Direção: Wilson Freire
Pesquisa, produção e pós-produção: Alexandre L’Omi L’Odò
Produção: Fernando Lucas
Produção Executiva: Hamilton Costa Filho
Fotografia: Hamilton Costa Filho, Marcelo Pedroso, Mariano Pickman,
Mariano Maestre, Daniel Aragão e Léo
Assistentes: Andrenalina, Rafael Cabral e Pá
Som Direto: Rafael Travassos, Philipe Cabeça e Nicolau
Edição e Montagem: Alessandra Patrícia e Herivelton Santos
Finalização: Pingo
Realização: Cabra Quente Filmes, Bode Espiatório Filmes e Quilombo Cultural
Malunguinho.
Apoio: Candeeiro Filmes, Alexandre L’Omi L’Odò Produções e TRANSCOL.

Prefeitura da Cidade do Recife: Um projeto aprovado pelo SIC (Sistema de
Incentivo à Cultura) do Recife 2008.

Fotos: Roberta Guimarães.


Alexandre L'Omi L'Odò
Produção.
alexandrelomilodo@gmail.com

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Grupo de Teatro de Fantoche Baobá comemorando o dia dessa grande árvore


O Baobá, testemunha do nosso tempo!

Um dos grandes legados da África ao mundo é sem duvida o Baobá Andasonia digitata como é conhecido no meio cientifico, é uma das árvores que tem o maior tempo de vida na terra, um referencial simbólico da longevidade e, sobretudo de ancestralidade, algumas espécies chegam a ter mais de 3.000 mil anos, testemunharam em seu “silêncio” todo processo histórico do ser humano, tem sua origem em Guiné-Bissau, Angola, Moçambique, Zimbábue, Botsuana e Senegal onde é o principal símbolo deste pais, provavelmente chegou ao Brasil juntamente com a entrada de milhões de negros e negras que aqui chegaram como mão de obra escrava, O Conde Mauricio de Nassau plantou alguns exemplares em seu jardim Botânico, há registro que o Dr. Manuel Arruda da Câmara escreveu ao Príncipe regente em 1810 aconselhando a introdução da árvore no Brasil, em 1874 Francisco Augusto da Costa descreve o Baobá existente na Praça da República em matéria do Diário de Pernambuco no dia 12 de maio.

Pernambuco hoje é o território de maior concentração de Baobás do mundo depois da África, constatação feita por Dr. John Rashford do College of Charleston da Califórnia - EUA e para nós afros descendentes representa a manutenção da nossa memória histórica e cultural.
Em todos os cantos do Brasil teve a presença de negros e negros, os registros seja na dança, culinária, tecnologia, linguagem, expressões da cultura popular, uma verdadeira simbiose cultural foi estruturada pelas várias etnias que aqui chegaram e todas sem exceção têm no Baobá algum referencial simbólico seja ele cultural, religioso ou étnico.

Era nas sombras dos imensos Baobás que a história das etnias eram repassadas pelos “Griôs” ou Kibandas, anciãos responsáveis pela manutenção da história local, um verdadeiro arquivo vivo e o grande Baobá era a testemunha do tempo.

Plantar um Baobá significa fortalecer a luta pela reparação dos povos afros descendentes, que durante muitos anos foram excluídos de qualquer implementação de políticas públicas direcionadas a valorização e reconhecimento da cultura afro-brasileira, como plantam os pesquisadores Professor Osvaldo Martins Engenheiro-Agronômo da Universidade Federal Rural de PE e membro da Academia Pernambucana de Ciência Agronômica, Fernando Batista da Universidade Federal de PE comprometidos com a preservação e difusão desta arvore, bem como a Professora Célia Cabral da Costa Arruda que efetivam ações afirmativas para implementação da lei 11.639/2007. O Decreto federal 5.5795/1995 que institui o dia nacional do Baobá em 19 de junho.

João Monteiro
Historiador, Especialista em Preservação de Acervos, Coordenação do Quilombo Cultural Malunguinho

Um Pé de Quê Baobá Parte 1

Um Pé de Quê Baobá Parte 2

sábado, 11 de junho de 2011

Patrimônio Afro religioso em alerta!

Mãos de Ifatoogùn, Paulo Bráz Criôt do Ministério da Cultura e Kimbanda do Quilombo Cultural de Malunguinho.



“A EMPETUR dá inicio às ações do projeto de Turismo Étnico, dando destaque após visita técnica ao Terreiro Ylê Axé Airá Ibona, em Pirapama", insiste dizendo que, o referido “Terreiro foi fundado onde no passado eram Terras do Barão de Pirapama” (publicado do Diário Oficial do Estado de Pernambuco dia 10, pg.02) com total respaldo do Antropólogo Raul Lody, ficando claro a total falta de comprometimento deste com as verdadeiras tradições de Pernambuco, a matéria ainda traz uma fala da Yalorixá do Terreiro dizendo que:"Trazer turistas para nosso terreiro vai ajudar na renda que precisamos para manter o espaço e as pessoas vão conhecer melhor nossa cultura". desde quando o povo de Terreiro precisou de turistas para se manterem? Acredito neste projeto, pois entendo ser necessário ao programa de inclusão e reparação histórica que os gestores governamentais alardearam durante a campanha eleitoral, só que temos que ficar alerta para nossa história não virar contos da Carojinha, ser o exótico, como foi tratada a “Venuus noire”, Saartjie em 1810 que virou objeto de entretenimento da nobreza e chamou a atenção dos cientistas e atração de circo(Diário de Pernambuco, pg.F3) é assim que sempre fomos tratados pelos descendentes da falsa nobreza portuguesa e agora os mesmo querem se locupletar de nossa cultura religiosa.

No canal www.youtube.com/empeturpress, o dito antropólogo faz suas considerações.

Bom, escrevo estas breves linhas para registrar nossa insatisfação com os Sacerdotes e sacerdotisas tradicionais que insistem em serem massa de manobra, mesmo com tantas reuniões, cursos, encontros e caminhadas alguns destes insistem em não levar em consideração suas próprias histórias e tradições ancestrais, os resquícios coloniais continuam bem vivos e agora mais do que nunca tentam trazer a história dos repressores e escravocratas em detrimento da historia dos reprimidos, humilhados e excluídos, tem aumentado substancialmente as "Yás Funfun ti ara dúdú" que têm melhor prestigio junto aos gestores que desconhecem geralmente o histórico do povo de Terreiro de Pernambuco e se iludem com as performances de vestuários e com um conjunto de línguas estranhas, nunca o Yorubá.

Nossos grandes Sacerdotes e Sacerdotisas continuam esquecidos em seus humildes Terreiros localizados nos Altos, Becos e Vielas de nossa cidade e de certa forma protegidos! Precisam de ações afirmativsa de infra estrutura e de saúde.

Agora quem comprar um Casarão antigo, Engenho, Palacete etc. e transformá-lo num Terreiro, terá o respaldo governamental? Pois as paredes, os assentamentos o chão e as consciências coletivas acumuladas de Axé ancestral perdem seu valor? Faz-se necessário identificar quais os templos que detém tais acúmulos, pois lá moram humanos que passaram longo período de exclusão social e política.
Como não sou sacerdote e nunca tive a menor pretensão de ser-lo, faço votos que a consciência das novas gerações sensibilizem-se na perspectiva de manter a dignidade ancestral, procurem ampliar seus conhecimentos sacerdotais sem perder de vista a memória, a tradição e principalmente sua história.

Como Omo Xangô com 26 anos de Religião e 6 anos de iniciado me sinto totalmente a vontade para fazer este registro.

João Monteiro
Omo Xangô Obá Aduban
Coordenação do Quilombo Cultural Malunguinho
Historiador, Especialista em Preservação de Patrimônio Documental

Kipupa Malunguinho em Exposição na Universidade de Brasília - UNB


Kipupa Malunguinho em Exposição na Universidade de Brasília - UNB

Lançamento do ciclo de projeções de documentários e de mostras fotográficas do Iris - Laboratório de Imagem e Registro de Interações Sociais (DAN/UnB).

Com as fotografias feitas no período de sua pesquisa acadêmica em Pernambuco, o mestre em antropologia pela UNB, Pedro Stoekcli Pires, mostra o V Kipupa Malunguinho e parte de sua história nesta exposição. O público terá a oportunidade de conhecer um dos movimentos mais importantes de resistência do povo da Jurema do Brasil, que acontece sempre todos os anos em setembro (mês de Malunguinho) no Catucá, matas do Engenho Utinga, Pitanga II, Abreu e Lima - Pernambuco. A fumaça está bem repersentada com as fotos de Pedro, de fato ele resistrou a face mais profunda de nossa tradição e religiosidade.

Alexandre L'Omi L'Odò
Quilombo Cultural Malunguinho.
alexandrelomilodo@gmail.com

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Saurê Abdias Nascimento!






Recebemos do Professor Dr. Félix Ayoh'OMIDIRE do Department of Foreign Languages, Faculty of Arts da Obafemi Awolowo University localizada em Ile-Ife, Osun-State, Nigéria, a Justa homenagem que fez ao grande baluarte de nossa luta, Abdias Nascimento, esta instituição outorgou a Abdias Nascimento o título de Doutor Honoris Causa em memorável cerimonia em 2007 e nesta ultima quarta dia 08 nos escreveu:

“Querida Elisa e toda a família afrodescendente,

Fiquei muito triste ao receber a notícia da transição do nosso querido baba Abdias deste aye para o orum. Porém, pensando melhor, me consolei com o fato de que, dentro da nossa cultura iorubana, uma pessoa do quilate do Abdias nunca sera capaz de morrer, senão subir na hierarquia. Abdias agora é orisa, pois soube superar com a sua luta ferrenha contra todos os tipos de discriminação e preconceito que vitimaram e ainda vitimam o negro não só no Brasil como também no resto do mundo.
Com efeito, o Abdias merece, hoje mais que nunca este status de ancestral, pois ele venceu todas as barreiras do tempo e do espaço na sua luta: saiu do Brasil para o mundo, levando consigo a sua luta e a sua convicção. Nos EUA mostrou aos americanos de origem africana uma dimensão mais rica de ser africano. Na Nigéria sitiou e denunciou o genocídio dos negros brasileiros, desmentindo séculos da arraigada "democracia racial". Acabou derrubando o mesmo, comemorando com o mundo inteiro a derrota inicial do racismo e todo tipo de discriminação e apartheid nas conferências de Durban em 2001, fato que prenunciou as vitórias da "Consciência Negra" no próprio Brasil, Abdias será lembrado para sempre no Brasil como o verdadeiro porta bandeira das marchas de Zumbi +, além de representar uma verdadeira parteira das políticas da Ação Afirmativa no Brasil que gerou no coração sensível do Governo Lula a criação da Seppir e a política das Cotas, dentre outras tantas vitórias que se seguiram à sanção da Lei Federal 10.639/03.

Como foi lembrado durante a intervenção do próprio Abdias como Conferencista Magna durante o IV Colóquio Global Africano organizado pelo CBAAC (órgão do Ministério da cultura da Nigéria) e apoiado pelo Ipeafro na Uerj em 2008, onde a voz do Abdias bradou durante mais de uma hora desde a sua cadeira de rodas para uma plateia composta de negr@s e africanistas dos quatro cantos do mundo, ele ABDIAS teve a sorte de ser um dos poucos heróis que tiveram a felicidade de ver e viver a realização dos frutos da sua luta, pois conseguiu viver a vitória das Ações Afirmativas que levou a sua vida inteira a planejar e executar ao lado do seu povo querido.

A nós, seus herdeiros ideológicos, étnicos e estéticos, só nos resta saudá-lo como se costuma saudar na cultura iorubana aos ancestrais que atravessam triunfalmente a húbris deste aye para ocupar seu lugar no orum:

Ká tó r'erin o d'igbo,
Ká tó r'éfòn, ó d'òdàn,
Ká tó r'éni bi Abdias Nascimento,
O d'orun Alakeji!
Ma j'òkùn,
Má j'ékòló o, Abdias,
Ohun ti wón ba nje l'ájùlé òrun ni koo bawo jè.

Bóo ba délé o kíle o,
Bóo d'óna o bèèrè wò.
Àtètèdélé ise mi l'àkójé o.
Òpòló ò, oníy`'aré o,
Èiye ire ìyèrú oò, èiyè!...

Saurê Abdias Nascimento!”


E a Doutora Elisa Larkin viúva do grande Abdias Nascimento em resposta ao Professor Dr Félix, também nos enviou a mensagem:
“Querido irmão Felix, que alegria receber sua mensagem!

Através de você eu quero saudar toda a comunidade da nossa querida Universidade Obafemi Awolowo que outorgou a Abdias o título de Doutor Honoris Causa em memorável cerimônia em 2007.

Segue o link para um pequeno vídeo do velório e do ato de sétimo dia realizado no sítio histórico do Cais do Valongo e na sede da Ação da Cidadania contra a Fome e a Miséria e pela Vida, no Rio de Janeiro, dias 26 e 31 de maio passados. Quando entrar o quadro da Rio TV Câmara, clicar na opção "Edições de 26/05 e 31/05/2011".

http://www.camara.rj.gov.br/riotv_verprog_camarariotv.php

Estamos nos preparando para cumprir o desejo de Abdias e levar seus restos mortais à Serra da Barriga, local da República de Palmares, em 13 de novembro próximo. A idéia encaminhada pelo movimento negro é de plantarmos um pé de baobá e um pé de iroko em sua homenagem.

Um grande abraço extensivo a todos os nossos amigos e irmãos na Nigéria!”
Nossos respeitos a Doutora Elisa que junto a nossa referência de luta Abdias Nascimento fomentou discussões e instigou pesquisas, trazendo a luz possibilidades reais de rever nossa historia ancestral!
Sentimos a perda, porém acreditamos de onde Abdias Nascimento estiver, fiscalizará melhor e instigará toda nossa luta.

Salve Zumbi! Salve Malunguinho! Salve Abdias!



João Monteiro


Historiador - Coordenação do Quilombo Cultural Malunguinho