O Quilombo Cultural Malunguinho vem ao longo dos últimos sete anos desenvolvendo atividades de informação, formação e pesquisa na Cultura e Prática Afro-indigena-brasileira.
sexta-feira, 22 de abril de 2011
Carta de apoio integral à Festa da Lavadeira - Quilombo Cultural Malunguinho.
quarta-feira, 20 de abril de 2011
Semana Santa mais uma vez!
Na verdade todo esse panorama vem sendo construído ao longo destes quase 2.000 anos, e mesmo com as deficiências arqueológicas, historiográficas e históricas em torno de Jesus, ele e sua Mãe Maria se tornaram referencial de fé, mesmo diante das experiências mais antagônicas possíveis, como é o caso das Religiões de Matriz Africana, Afro brasileira e Indígenas. Diante da marginalização estas Religiões Negras e Indígenas incorporaram em suas ritualísticas momentos de reverenciação à Semana Santa, O Candomblé ou Xangô pernambucano encerra, na sexta feira anterior, cobre-se todos os Igbás (assentamentos sagrados) dos Orixás com um pano branco e oferta comida seca e seca as quartinhas, no sábado de aleluia se enche as quartinhas novamente e pacientemente, em alguns Terreiros como a exemplo da Casa Xambá em Olinda, existe uma liturgia peculiar chamado “ritual das bolsas” realizada na semana anterior, um grande e poderoso ebó do Xambá e todos se resguardam do Orixá até no sábado de Aleluia, quando pela manhã é realizado um toque chamando os Orixás.
No caso da Jurema Sagrada, em muitas Casas o quarto dedicado a esse culto permanece fechado durante todo tempo “santo” e cobre-se os príncipes e as cidades da Jurema (taças e copos de vidro ou cristal) com “matapulão”, um tipo de filó e no domingo de Páscoa se dava um Toré para os Caboclos da Jurema.
Alguns rituais, heranças dos cultos pagãos europeus encontrão na sexta feira “santa” o momento especial para a realização de feitiços, na noite da quinta pra sexta é o dia certo para fazer encantarias.
Além de tudo os brincantes de Clube de Frevo, Blocos e troças carnavalescas viam no sábado de aleluia mais um momento para festejar, como no caso do Clube Carnavalesco Mixto Lavadeiras de Areias que até pouco tempo desfilava pelas ruas do bairro neste dia após “encontrar à Aleluia”.
Tudo isso é simbiose cultural, provocada pela repressão a estas Religiões brasileiras, portanto, seria uma prova de respeito ao cristianismo esses rituais dentro dos Terreiros? Ao contrário dos cristãos nunca tiveram respeito as religiões de Matriz Africana e Indígena, contudo a áurea mística da Semana “Santa” perde a cada ano seu tom religioso, histórico e cultural judaico-cristão, além de teológico pois hoje já temos centenas de Terreiros e Casas de Xangô que se aperceberam de sua identidade Histórica, Cultural e acima de tudo Teológica, chegaremos lá.
Informar e formar é preciso sempre e com qualidade!
João Monteiro – Omo Obá Aduban
Historiador, Especialista em Preservação de Acervos Gráficos
sábado, 2 de abril de 2011
"Os demônios que vem do Norte"!
João Monteiro - Omo Xangô Aduban, Juremeiro
Coordenação do Quilombo Cultural MalunguinhoHistoriador, Especialista em Preservação de Acervos
Quilombo Cultural Malunguinho no encontro de Caboclinhos de Goiana - defesa da Jurema.
No dia 30 de Março de 2011, na cidade de Goiana - PE, foi realizado pela Associação Carnavalesca Dos Caboclinhos e Índios de Pernambuco o seminário PRIMEIRA ASSEMBLÉIA INDIGENA DE NOSSA HISTÓRIA, OCORRIDA EM GOIANA, EM 30 DE MARÇO DE 1645.
O evento foi muito inspirador, e eu e Sandro de Jucá, tivemos a oportunidade de nos colocarmos em relação ao que as agremiações carnavalescas de Caboclinhos e Índios poderiam fazer para fortalecer a Jurema Sagrada no nosso Estado. Como os caboclinhos são dentre outras manifestações do carnaval e cultura de Pernambuco, ligados diretamente com o culto da Jurema Sagrada, incitamos o levante desta consciência, e que a partir desta todas e todos pudessem se manifestar como juremeiros e juremeiras, colocando também a discussão religiosa dentre suas lutas. As propostas foram muito bem aceitas pela Associação e platéia, que ao final, articulamos futuras articulações entre a Associação e o Quilombo Cultural Malunguinho.
Vejam o vídeo com nossas falas.
Salve a Jurema Sagrada!
Alexandre L'Omi L'Odò - Coordenador Quilombo Cultural Malunguinho.