quinta-feira, 26 de novembro de 2015

PRÉ-LANÇAMENTO DO CD SOBÔ NIRÊ: MEU LABOR DA MATA


PRÉ-LANÇAMENTO DO CD SOBÔ NIRÊ: MEU LABOR DA MATA

“ O  projeto Sobô nirê: Meu Labor da Mata” convida a todos para esta viagem de sons, o sagrado da Jurema, os tambores, a criação de uma musicalidade que preserva a nossa memória ancestral tantas vezes renegada. Abrimos as matas para você se deleitar com este grande experimento musical da tradição oral ligada as  religiões afroindigenas”
                                                     (Ricardo Nunes- Jornalista e Juremeiro)

Como forma de preservar o patrimônio imaterial da Jurema Sagrada contido nas toadas de louvação à Malunguinho, o Quilombo Cultural Malunguinho lança em parceria com o Estúdio Peixe Sonoro, do Centro Tecnológico de Cultura Digital (CTCD/ITEP) o projeto de CD intitulado Sobô Nirê- Meu labor da mata.   Em comemoração ao mês da Consciência Negra disponibilizamos três faixas para Download.  Uma degustação especial desse grande projeto!  

O CD Sobô Nirê- Meu labor da mata contém 14 faixas com um mix entre toadas tradicionais e músicas inéditas com criações e arranjos que trazem a identidade sonora de cada artista pernambucano integrante do projeto.  O processo de captação, pós-produção e finalização foi realizado no Estúdio Peixe Sonoro (CTCD/ITEP), a pesquisa histórica e a articulação cultural artística ficaram a cargo do Pesquisador Alexandre L’Omi L’Odò,  Quilombo Cultural Malunguinho. A  produção musical esteve  à cargo do músico Rinaldo Aquino, Ogan.

Este projeto foi assinado como produção do Selo Fonográfico Peixe Sonoro, contando com uma produção colaborativa entre o CTCD e os artistas convidados: Karynna Spinelli, Bojo da Macaíba, Coco dos Pretos, Bongar, Lucas dos Prazeres e Chinelo de Iaiá. Todos os artistas cederam os direitos autorais e de uso de imagem e som para o projeto.  

Malunguinho era o título dado aos líderes quilombolas do Catucá. Ele, ou eles foram heróis negros, líderes quilombolas que defenderam por mais de 30 anos o quilombo que se localizava no que  hoje geograficamente compreendemos como Mata Norte de Pernambuco. No culto da Jurema Sagrada, estes heróis transformaram-se em uma única divindade conhecida como Reis Malunguinho. Este (estes) personagem da luta por liberdade dos negros e negras em Pernambuco foi negado pela historiografia oficial e preservado como divindade na tradição da Jurema, religião de matriz indígena do Nordeste do Brasil.

Este registro inédito da oralidade dos terreiros  integra o patrimônio imaterial dessa comunidade tradicional e remonta as antigas lutas do Quilombo do Catucá. Acredita-se que Malunguinho esteja entre entidades e divindades do culto da Jurema que tem a maior quantidade de toadas para os mais diversos tipos de rituais. Por este motivo torna-se necessário ampliar e provocar uma nova percepção, onde as toadas possam ocupar espaço no cotidiano recontando a história dos povos afroindigenas a partir de seus heróis e divindades.

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Alexandre L'Omi L'Odò
Quilombo Cultural Malunguinho
alexandrelomilodo@gmail.com 

domingo, 20 de setembro de 2015

X Kipupa Malunguinho - Coco na Mata do Catucá


X Kipupa Malunguinho - Coco na Mata do Catucá
1835 - 2015 Malunguinho Histórico e Divino, 180 anos resistindo!

Dez anos do maior encontro de juremeiros e juremeiras do Brasil. O Kipupa Malunguinho em sua décima edição, levará mais um ano para as matas sagradas do "Catucá" a alegria da fé do povo de terreiro, para celebrar o Reis Malunguinho, único líder quilombola a virar divindade na história de nosso país. Celebraremos os 180 anos de resistência da luta por liberdade do povo negro/indígena de Pernambuco. Com muito coco, ritual nas matas e muita troca de saberes, vivenciaremos coletivamente mais uma vez o hermanamento entre a religiosidade tradicional de terreiro e a cultura popular.

Informações básicas: 

Dia 27 de Setembro de 2015 (Domingo)

Das 09 às 18h

Local: Matas de Pitanga II, Abreu e Lima/PE (Sítio de Juarez) "Catucá"

Como chegar? 

O local do evento é um pouco complicado de chegar. Mas providenciaremos ônibus saindo da Igreja do Carmo do Recife às 7h da manhã. Valor da ida e volta para o mesmo local R$: 30. Bilhetes vendendo no box de Eliane dentro do Mercado de São José.

Para quem vai de carro ou em caravanas independentes o ponto de encontro é às 8h da manhã em frente a Prefeitura de Abreu e Lima. De lá sairá o comboio para o local do evento. 

A estrada estará sinalizada com Banners. O local de entrada para chegar lá é na Avenida principal no Terminal dos Combeiros. Seguindo pelo bairro do Planalto entrando em Pitanga II. Não tem erro, é só seguir a sinalização e seguir o caminho sem entrar em nenhuma rua.

Terreiros e grupos podem organizar suas caravanas independentemente. 

Qualquer pessoa pode participar.

Terreiros podem levar ilús e demais instrumentos, além de suas oferendas próprias e irem vestidos com roupas tradicionais da Jurema.

Apresentações Culturais:

Grupo Bongar
Pandeiro do Mestre
Coco de Pareia 
Grupo Raízes

Contatos: 81. 99901-3736 / 98887-1496 / 99525-7119
www.qcmalunguinho.blogspot.com 
quilombo.cultural.malunguinho@gmail.com 

Confirme presença no evento no Facabook: https://www.facebook.com/events/885812238133089/ 

Para informações mais aprofundadas sobre o evento visitem:

Alexandre L'Omi L'Odò
Quilombo Cultural Malunguinho
alexandrelomilodo@gmail.com

A Jurema Sagrada - Entre Práticas e Memórias


A Jurema Sagrada - Entre Práticas e Memórias 

Convido todos amigos e amigas, afilhados e afilhadas e interessados à participar da palestra acima citada que acontecerá nesta segunda feira dia 21 de setembro de 2015. 

Com muito orgulho, estarei dividindo a mesa com o professor Dr. Sandro Guimarães de Salles, que é um dos maiores, ou talvez o único, especialista na história do Acaes e de Alhandra.

Vai ser uma tarde de muita troca de saberes da Jurema Sagrada.

Parabenizo o Museu da Abolição pela iniciativa de levar discussões sérias sobre as tradições de matrizes indígenas ao grande público. 

Vamos celebrar. São os 180 anos da morte do último Malunguinho, nada melhor do que discutirmos intelectualmente nossas questões históricas e culturais. Compareçam e chamem seus amigos e amigas.

Evento Grátis e com certificado. Se liguem.

Salve a fumaça!
Salve a Jurema Sagrada!
Salve a corôa do Reis Malunguinho!

Alexandre L'Omi L'Odò
Quilombo Cultural Malunguinho
alexandrelomilodo@gmail.com 

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Prêmio Mourão Que Não Bambeia 2015


Prêmio Mourão Que Não Bambeira
Celebra dez anos do Kipupa Malunguinho com grandes Mestres e Mestras da Jurema

O Quilombo Cultural Malunguinho divulga a lista dos homenageados do Prêmio Mourão Que Não Bambeia 2015:

É com muita honra que apresentamos ao grande público os homenageados dos dez anos do Kipupa Malunguinho - Coco na Mata do Catucá​. O Prêmio Mourão que Não Bambeia é uma comenda dada a grandes representatividades de nossa Jurema Sagrada, e também para pessoas que contribuem na luta por nossos direitos. Pensado por mim a mais de cinco anos, este Prêmio tem homenageado pessoas que fortalecem a Jurema com responsabilidade sacerdotal e empenho nas causas de nosso povo.

Mourão, é um tronco de madeira de lei, que é colocado no centro de um terreiro para amarrar boi brabo ou cavalos indomáveis. Esta madeira forte, geralmente é de Pau Pereira, ou de outra madeira de lei como Pau Ferro etc. É conhecido por ser inabalável e jamais cair, suportado todo tipo de força externa. Ele jamais bambeia, ou fraqueja. ele sempre segura o tombo do que vier. 

Portanto, o Prêmio Mourão que Não Bambeia representa a força inabalável da fé e da luta de nossos juremeiros e juremeiras, que resistem a toda forma de adversidade nos caminhos da fé e da prática religiosa da Jurema Sagrada. Premiamos também pessoas que nos ajudam a vencer os processos históricos de racismo e intolerância religiosa, como pesquisadores, políticos e ativistas sociais dentre outros.

Nossos honrosos homenageados deste ano são:

Juarez Ferreira - O maior parceiro do Kipupa Malunguinho! Ele é o líder comunitário de Pitanga II e dono do local onde realizamos o evento. Ele foi um enviado de Malunguinho para fazer toda esta história acontecer. Ele tem uma história linda de luta pela área rural onde mora e é um grande guerreiro da fé na Jurema e em Malunguinho, divindade de quem é filho na Jurema. Sabe tudo da mata. É um grande agricultor e membro do QCM. De Juarez teríamos inúmeras histórias lindas para contar... Ele é um verdadeiro mourão!;

Dona Leide de Sibamba - Juremeira das mais antigas vivas e grande mestra dos saberes da ciência. Dona de um dom espiritual muito forte, ela há mais de 60 anos preserva a Jurema dentro da tradição mais profunda possível. Pessoa tímida e de poucas palavras, detém visivelmente uma força que faz bem a centenas de pessoas que a procuram para curas etc. Ela também é a madrinha de Jurema de Alexandre L'Omi L'Odò (coordenador do evento);

Juremeiro Pai Gil Holder​ (pessoa que me inspirou a fazer este prêmio, depois de ter cantado a toada "mourão que não bambeia" para mim em uma longa conversa sobre a ciência da Jurema);

Professora Célia Cabral - grande lutadora das causas educacionais negras e indígenas na rede pública de ensino do Estado de Pernambuco. Ela também é membro do QCM e única professora a efetivar a lei Malunguinho 13.298/07 nas escolas; 

Pai Beto do Mestre Zé Vieira - Juremeiro antigo e forte sabedor da ciência mestra, homem de longa trajetória no trabalho espiritual, exemplo de ética e moral dentro de nossa religião;

Juremeiro Toninho de Malunguinho​ - Parceiro do Kipupa Malunguinho desde os primórdios do evento. Nos ajudando todos estes anos a realizar com maior beleza nosso encontro nacional. Amigo fiel de fé e luta;

Pai Antonio Augusto​, conhecido como Pai Tonho - Juremeiro e babalorixá dos mais sábios. Grande rezador e conhecedor dos saberes das ervas, é um parceiro do Kipupa desde o início, contribuindo com o avanço pelo respeito a Jurema Sagrada nos espaços públicos;

Pai Juremeiro Freitas​ do RN - Juremeiro de grande liderança de Natal/RN. Tem contribuído no avanço da Jurema Sagrada em todo Brasil com sua ciência abençoada pelo grande Mestre Benedito Fumaça. É um parceiro de lutas políticas e religiosas do QCM há alguns anos;

Pai Cicero Lima da Silva​ de Abreu e Lima - Grande juremeiro e babalorixá. Participou de todos os Kipupa's até hoje e é um parceiro do QCM nas lutas políticas por respeito a nossas religiões. Grande articulador político, tem desenvolvido há alguns anos a caminhada do povo de terreiro de Abreu e Lima. Município com maior índice de evangélicos de Pernambuco. É um grande guerreiro da ciência mestra;

Professor Dr. José Jorge de Carvalho - Grande antropólogo e etnomusicólogo, professor da UnB e coordenador do INCTI, é um dos maiores intelectuais do Brasil. Ele contribuiu de forma decisiva para a criação e implementação das Cotas Raciais para negros e indígenas no ensino superior. Também coordena o projeto mais entusiasmante de reversão epistemológica que o Brasil tem assistido, o Encontro de Saberes, que consiste em levar mestres dos saberes tradicionais para dar aula dentro das universidades como professores efetivos. Um projeto brilhante e que ajuda todo povo da cultura popular e das religiões de matriz indígena e africana.

Vamos celebrar os 180 anos da morte do último Malunguinho, e os dez anos do Kipupa muito bem acompanhados. Com pessoas de fato de ciência e valor! Sobô Nirê!!

Alexandre L'Omi L'Odò​
Quilombo Cultural Malunguinho​
alexandrelomilodo@gmail.com 

Mestra Juremeira Mãe Biu de Alhandra Cantando para Malunguinho



Mestra Juremeira Mãe Biu de Alhandra Cantando para Malunguinho 

Homenagem para Mãe Biu de Alhandra:

Disponibilizo carinhosamente este lindo registro que fiz da Mestra Juremeira Mãe Biu de Alhandra, na ocasião da gravação do programa Entre o Céu e a Terra da TV Brasil no dia 02 de Julho de 2014, em Olinda, no Nascedouro de Peixinhos/PE.

Ela canta para o Reis Malunguinho de forma muito linda e traz toadas inéditas até então para Pernambuco deste líder quilombola que virou divindade no culto da Jurema Sagrada.

Que sua espiritualidade esteja sempre presente conosco, nos iluminando e comungando de sua grande ciência com todo Povo da Jurema. Vó Biu como também era conhecida, faleceu no último dia 16 de setembro de 2015 deixando uma grande tradição que tivemos oportunidade de vivenciar um pouco. Isso muito me orgulha. 

Que este breve registro fique na memória dos juremeiros e juremeiras de todo Brasil. Pois ela merece todas as nossas reverências. 

Salve a Jurema Sagrada e toda ciência da fumaça!
Sobô Nirê!

Assista aqui: https://www.youtube.com/watch?v=7SweT01z4AQ 

Alexandre L'Omi L'Odò
Quilombo Cultural Malunguinho
alexandrelomilodo@gmail.com 

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Encerradas inscrições para o Seminário Malunguinho - 180 anos vivo na alma de um povo


ESTÃO ENCERRADAS AS INSCRIçÕES 
PARA O SEMINÁRIO MALUNGUINHO - 180 ANOS VIVO NA ALMA DE UM POVO

Comunicamos oficialmente que estão encerradas as inscrições para o seminário Malunguinho 180 anos vivo na alam de um povo.

Ficamos muito felizes com a enorme procura por vagas de membros de terreiros de Jurema e candomblé, de pesquisadores e professores, alunos e alunas de universidades e interessados. 

Todas as universidades e faculdades de Recife enviaram participantes papa compor o público do seminário. Este fato nos fez  comemorar um avanço importante: A academia esta a cada dia mais interessada em assuntos ligados ao povo negro  e indígenas, também por questões ligadas as tradições de terreiro e pautas que tratem do racismo. 

O povo de terreiro também está ocupando boa parte das vagas. Isso nos fortalece a cada dia mais. Afinal estamos querendo avançar nas nossas discussões intelectuais e políticas, portanto, vamos ter um seminário rico em troca de saberes. As possibilidades estão todas abertas. Vamos aproveitá-las.

Obrigado aos mais de 180 inscritos. O auditório só caberá no máximo 160... Mas podemos nos apertar e cedermos espaço para que todos sejam contemplados com as palestras de alto nível que vão transcorrer este dia 04 de setembro de 2015 na FUNDAJ.

Estamos muito felizes. Vamos fazer um grande evento. Um grande seminário cheio de fumaça da Jurema sagrada. Cheio de axé e cheio de força do povo que deseja mudar o paradigma social do negro e do índio através da educação e da produção intelectual.

Sobô Nirê Mafá Reis Malunguinho!

Alexandre L’OmiL’Odò
Coordenação Geral

Segue programação completa:
  
Seminário
Malunguinho – 180 anos vivo na alma de um povo

Dia 04 de Setembro de 2015

Horário: 08 às 17h

Local: FUNDAJ – Fundação Joaquim Nabuco
Av. 17 de Agosto, 2187 – Casa Forte - Auditório Calouste Gulbenkian

150 vagas

Será dado certificado

Cerimonial Ricardo de Tertuliano

Inscrições pelo e-mail: quilombo.cultural.malunguinho@gmail.com
Secretária: Maria Betânia de Sibamba – 81 99901-3736 (TIM) / 98810-5925 (Oi)

Informações gerais em: www.qcmalunguinho.blogspot.com

Programação

- Programação sujeita a alterações

Dia 04/09

De 08 às 09h – Credenciamento no local do evento

09h – Abertura: Ritual com sacerdotes da Jurema celebrando Malunguinho

09:20h – Mesa Institucional de Abertura com representantes religiosos, instituições e academia

09h e 40min – Conferência Magna – Malunguinho - 180 anos vivo da alma de um povo.

Conferencista: Professor PhD Marcus Carvalho – UFPE

Coordenador da Mesa: Hildo Leal da Rosa – Arquivo Público Estadual/PE

Expositores: Quilombo Cultural Malunguinho - Professor Mestrando Alexandre L’Omi L’Odò – UNICAP e Professor João Monteiro

10h e 30min – Debate

11h – Coffe Breack

11:20h – Mesa redonda: A Jurema como elemento de preservação da história

Palestrante: Professor Dr. Sandro Guimarães de Salles – UFPE

Coordenador da Mesa: Professor Dr. Sergio Sezino Douets Vasconcelos - UNICAP

12h – Debate

12:30h – Almoço - Rest. Solar do Carrapicho (dentro da FUNDAJ)

14h – Mesa Redonda – Povos indígenas em Pernambuco: afirmando suas expressões socioculturais para garantia de direitos

Palestrante: Professor Dr. Edson Silva - UFPE

Coordenador da Mesa: Rogério Onofre - Estudante de História - UFPE e representante do Povo indígena Fulni-ô.

14:40h – Debate

15h – Mesa Redonda – O Povo de Terreiro e a luta por direitos humanos no Brasil – 180 de violações

Palestrante: Professora Dra. Marga Janete Ströher – Núcleo de Pesquisa de Gênero EST/RS e RENADIR

Coordenador da Mesa: Paulo Roberto Xavier de Moraes - Secretário Executivo de Diretos Humanos da PCR (a confirmar)

15:40h – Debate

16h – Coffe Break

16:15h – Conferência de Encerramento: Racismo e luta do povo negro no Brasil

Conferencista: Professor Dr. José Jorge de Carvalho – INCTI/UnB

Debatedora: Professora Dra. Cibele Barbosa da Silva Andrade - FUNDAJ

Coordenador da Mesa: Alexandre L'Omi L'Odò - QCM e Coordenador geral do Seminário.
16:50 – Debate


17h – Encerramento – Fumaçada dos Senhores Mestres

Instituição que apoiam o evento: Prefeitura de Abreu e Lima, Terreiro de Jurema Casa das Matas do Reis Malunguinho e Ilé Iyemojá Ògúnté.

Alexandre L'Omi L'Odò
Quilombo Cultural Malunguinho
alexandrelomilodo@gmail.com 
Coordenação Geral

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

X Kipupa Malunguinho - Coco na Mata do Catucá


X Kipupa Malunguinho - Coco na Mata do Catucá
1835 - 2015 Malunguinho Histórico e Divino, 180 anos resistindo!

Dez anos do maior encontro de juremeiros e juremeiras do Brasil. O Kipupa Malunguinho em sua décima edição, levará mais um ano para as matas sagradas do "Catucá" a alegria da fé do povo de terreiro, para celebrar o Reis Malunguinho, único líder quilombola a virar divindade na história de nosso país. Celebraremos os 180 anos de resistência da luta por liberdade do povo negro/indígena de Pernambuco. Com muito coco, ritual nas matas e muita troca de saberes, vivenciaremos coletivamente mais uma vez o hermanamento entre a religiosidade tradicional de terreiro e a cultura popular.

Informações básicas

Dia 27 de Setembro de 2015 (Domingo)

Das 09 às 18h

Local: Matas de Pitanga II, Abreu e Lima/PE (Sítio de Juarez) "Catucá"

Como chegar? 

O local do evento é um pouco complicado de chegar. Será sinalizado com banners na estrada (ficar atento). Providenciaremos ônibus saindo da Igreja do Carmo do Recife às 7h da manhã. Valor da ida e volta para o mesmo local R$: 30. Bilhetes vendendo no box de Eliane dentro do Mercado de São José.

Terreiros e grupos podem organizar suas caravanas independentemente. 

Qualquer pessoa pode participar.

Terreiros podem levar ilús e demais instrumentos, além de suas oferendas próprias e irem vestidos com roupas tradicionais da Jurema.

Apresentações Culturais:

Grupo Bongar
Pandeiro do Mestre
Coco de Pareia 
Grupo Raízes
Lucas e Orquestra dos Prazeres (à confirmar)

Contatos: 81. 99901-3736 / 98887-1496
quilombo.cultural.malunguinho@gmail.com 

Para informações mais aprofundadas sobre o evento visitem:


Alexandre L'Omi L'Odò
Quilombo Cultural Malunguinho
alexandrelomilodo@gmail.com

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

A Jurema Sagrada como patrimônio imaterial do Brasil - Perspectivas para um processo de patrimonialização

Assista toda palestra neste vídeo

A Jurema Sagrada como patrimônio imaterial do Brasil
Perspectivas para um processo de patrimonialização

No último dia 18 de Agosto de 2015, estive a convite do IPHAN, em sua sede em Brasília para participar como conferencista na Capacitação Interna para Gestão do Patrimônio Cultural dos Povos e Comunidades Tradicionais de Terreiro, apresentando uma conferência intitulada “Subsídios para preservação do Patrimônio Cultural de Terreiros: aspectos da tradição Jurema”.

 Palestra no IPHAN. Equipe do GTIT. Foto de Guitinho da Xambá.

O GTIT – Grupo de Trabalho Interdepartamental para a Preservação do Patrimônio Cultural de Terreiros, foi o organizador desta atividade que foi exibida ao vivo via canal do youtube, com um grande grau de audiência, segundo os organizadores.

Pude apresentar a teologia da jurema com vasto material levado em Power Point e em artigos científicos que eu mesmo já publiquei em congressos. Fotografias, textos, vídeos, e muita discussão fizeram deste momento um dos mais ricos que já pude protagonizar. Não poderia ser diferente. Afinal, eu fui convidado para defender a Jurema Sagrada como patrimônio imaterial do Brasil, e para isso naturalmente teria que ter um conteúdo à altura.

A equipe do GTIT foi de uma sensibilidade imensa, me tratando super bem e dando todas as condições para que eu pudesse expor tudo aquilo que venho pesquisando e vivenciando durante toda minha vida. Foi uma experiência privilegiada.

A invisibilidade e ostracismo que o culto da Jurema Sagrada foi acometido durante tantas décadas, sobre tudo por causa da falta de interesse dos acadêmicos em pesquisá-la e a falta de auto-estima do próprio povo de terreiro do Nordeste, que vê ainda no Orixá a legitimação única de sua condição de sacerdote etc. está sendo extinguida devido a momentos como este. Não podemos ser mais invisíveis. Temos que ocupar todos os espaços que são para o povo de terreiro, sem vergonha de nossas pertenças religiosas.

Ter discutido a questão Afro-Indígena foi um dos pontos fortes desta palestra. Afinal, compreendo que temos que transcender este ponto. Não se pode discutir religiões de terreiro no Brasil apenas citando as de matriz africana. As religiões de matrizes indígenas, como é o caso da Jurema e outras, existem e também são fortes como as demais. Também, se buscarmos profundamente argumentos científicos veremos que somos um povo afro-indígena, e que nossas práticas estão completamente imbricadas. Isso naturalmente foi fruto do processo histórico que vivenciamos, e que temos que respeitar.

A Jurema tem uma cultura densa. Uma tradição ampla e cheia de elementos belíssimos. Sua cosmologia e mitologia são grandiosas. Seus ritos complexos. Sua forma de ser típica e tradicional. A Jurema tem fundamento e elementos próprios que a dão sem dúvidas a condição de religião independente das demais. Ela não é um apêndice da umbanda ou do “xangô de Pernambuco”, a Jurema é uma RELIGIÃO, sem sombra de dúvidas! Afirmar isso infelizmente ainda é um processo necessário de legitimação, afinal, alguns pesquisadores do passado a colocaram como religião impura, misturada, degenerada e que seria na visão deles um apêndice das demais, sem ter uma independência religiosa própria. Teremos que desconstruir este processo que nos acarretou o ostracismo e a quase total ausência de reconhecimento por parte das demais religiões de terreiro e da sociedade. Este trabalho não é fácil, mas estamos conseguindo passo a passo reverter esta injusta condição que os processos de opressão da história nos forçaram a vivenciar.

O processo de patrimonialização da Jurema é algo que deve ser celebrado por todos nós juremeiros e juremeiras. Este é um reconhecimento importante que o Estado brasileiro tem que nos dá. É apenas mais um dos tantos processos de reparação que nosso povo tem que ser beneficiado. Sermos patrimônio imaterial do Brasil é sinônimo de avanço para nosso povo que precisa a cada dia mais de elementos que nos legitimem perante a sociedade para conseguirmos vencer o racismo e a intolerância religiosa. Esta é uma construção legítima que merece nossos aplausos.

Eu e Guitinho da Xambá. 

Também esteve presente o Guitinho da Xambá (do Grupo Bongar), representando a tradição Xambá. Somos jovens que damos continuidade a luta de nossos ancestrais com muito pertencimento e respeito, além de legitimidade. Sua palestra foi muito rica e aprendi muito sobre a Nação Xambá, que eu tanto amo. Parabéns pela bela apresentação.

Agradeço muito à Jurema e ao Reis Malunguinho por me darem esta condição de defender nossa religião. Isso me deixa muito feliz, afinal, ter a confiança das entidades e divindades da Jurema é um privilégio. Compartilhar desta fumaça sagrada é algo dignificante, ser juremeiro é uma honra.

Obrigado a George Bessoni do IPHAN/PE que me indicou, seguimos juntos nestas lutas... Obrigado a todos e todas do GTIT. Passamos um dia ótimo juntos. Produzimos bastante, afinal três horas e meia de troca de saberes foi o mínimo que pudemos fazer para dar conta de conteúdos tão esquecidos como são (ou eram) os pertinentes a Jurema Sagrada. Rogo a todos os índios e caboclos, mestres e mestras, pajés, caciques, trunqueiros, reis, divindades e entidades que faça com que a roda continue girando e que consigamos fazer um grande trabalho real de catalogação e registro dos bens imateriais e matérias da Jurema Sagrada.

 
Eu e Equipe do GTIT. Foto de Guitinho da Xambá.

Assistam toda conferência no vídeo do youtube no início desta postagem.

Salve a fumaça!
Sobô Nirê Mafá!

“Quanto mais meu lírio cheira, é pau, é pau, é pau”!
“Eu mesmo vou, eu não mando recado”!

Alexandre L’Omi L’Odò
Quilombo Cultural Malunguinho

alexandrelomilodo@gmail.com

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Jurema Sagrada - Patrimônio Imaterial do Brasil

Jurema Sagrada 
Patrimônio Imaterial do Brasil! 

É com imenso prazer que divulgo e convido meus irmãos de luta para neste dia 18/08 no IPHAN Nacional em Brasília participar da defesa da Jurema Sagrada como Patrimônio Imaterial do Brasil. 

Esta capacitação servirá para que o IPHAN possa ter os argumentos necessários para dar o título a Jurema Sagrada de Patrimônio Imaterial do Brasil. Ista é uma coisa muito importante.

Quando penso que a força de meu Reis Malunguinho já me fez ir muito longe, ele me prova que posso ir bem mais... Sobre tudo para defender o interesse de todo nosso povo. De todo nosso coletivo. 

Esta é uma responsabilidade que enfrento com muito orgulho e prazer. Estou preparado para ensinar ao IPHAN Nacional tudo que se faz necessário para que consigamos este título. 

Torçam por mim. Vibrem. Esta luta é nossa. Fui selecionado para tal feito devido ao trabalho que realizo a mais de 15 anos. Isso é gratificante. 

Sobô Nirê Mafá! 
Obrigado senhores mestres e índios de minha Jurema. 

Salve a fumaça!! 

Quem vai estar comigo nesta luta defendendo a tradição Xambá é Guitinho do Bongar Grupo​. Vai ser lindo!  Salve!! 

CONVITE OFICIAL DO IPHAN

Convidamos todos a participarem do 4º encontro da Capacitação Interna para Gestão do Patrimônio Cultural dos Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana, ação coordenada pelo GTIT – Grupo de Trabalho Interdepartamental para a Preservação do Patrimônio Cultural de Terreiros.

As comunicações coordenadas serão ministradas por Guitinho da Xambá da tradição Xambá e por Alexandre L’Omi L’Odò da tradição Jurema. Os palestrantes abordarão aspectos de suas respectivas tradições e sua relação com as políticas de preservação do patrimônio cultural.

A capacitação ocorrerá no dia 18 de agosto de 2015,  com atividades pela manhã às 09h30 e de tarde às 14h30. A participação remota ocorrerá através do envio de questões pelo e-mail do GTIT.

Alexandre L'Omi L'Odò
Quilombo Cultural Malunguinho
alexandrelomilodo@gmail.com 

segunda-feira, 27 de julho de 2015

Seminário Malunguinho - 180 anos vivo na alma de um povo

Malunguinho
180 vivo na alma de um povo

 Um herói negro há 180 anos atrás foi morto violentamente nas terras da antiga Maricota, hoje Abreu e Lima/PE. Foi comunicada e registrada sua morte em 18 de Setembro de 1835. Seu nome era João Batista, último líder do Quilombo do Catucá, conhecido como Malunguinho, herói do povo negro e indígena de Pernambuco.

Sua força, luta e valor foram tão grandes que seu povo o reconheceu, e o imortalizou na Jurema Sagrada como divindade, o Reis da Jurema, o Reis da Mata, o Reis Malunguinho, chefe mitológico dos portões sagrados desta religião de matriz indígena do Nordeste do Brasil. Ele é o único líder quilombola da história do país a ter sido deificado, certificando assim sua importância histórica na luta por liberdade dos negros(as) e indígenas na Mata Norte de Pernambuco, na primeira metade do século XIX.

Exú/trunqueiro, Caboclo, Mestre e Reis. Malunguinho não foi apenas um, mas sim vários líderes que por mais de 40 anos lutaram no Catucá por liberdade, direitos iguais e reforma agrária.

No passar de 180 anos, se assistiu a falsa “abolição da escravatura”, a luta por cidadania dos negros(as) e indígenas neste país. Vimos os movimentos negros crescerem e as lutas indígenas ocuparem gradativamente o cenário político. Assistimos o STF aprovar por unanimidade a legalidade das cotas raciais, e, antes deste fato, vivenciamos a efetivação dascotas para negros(as) e indígenas nas universidades... Também vimos o povo de terreiro de todo Brasil se levantar e partir para a luta por espaço político, se organizando em conferências nacionais de promoção de igualdade racial, cultura e direitos humanos entre outras. Muitos fatos de reversão histórica da posição desprivilegiada da população negra e indígena ainda estão em lento processo de consolidação, e Malunguinho, em seu cosmos, vivo na alma do Povo da Jurema, ajudou, e ainda ajuda estas populações a sobreviverem a todas violações de direitos humanos, racismo e intolerância religiosa que nossa sociedade ainda proporciona abertamente. Nestes 180 anos, desde a morte de João Batista, o acolhimento, a defesa e a força de sua história ainda nos inspira a celebrá-lo pelos seus feitos que permeiam nossos cotidianos.

Nos últimos 11 anos o QCM – Quilombo Cultural Malunguinho, inspirado pela pesquisa do professor PhD Marcus Carvalho e, pelo sonho do extermínio do racismo, resolveu trazer a tona a figura de Malunguinho como forma de revelar heróis negros e indígenas do Brasil. Estratégia de luta e resistência para o fortalecimento da auto-estima das populações negras e indígenas e povos tradicionais de terreiro, que sofrem sem grandes referenciais heróicas. O QCM, que realiza diversas atividades entorno destes temas, mais uma vez celebra a memória de Malunguinho como nosso herói negro/indígena pernambucano, e também nosso patrono espiritual.

Em parceria com o Professor Dr. Marcus Carvalho - UFPE e a FUNDAJ – Fundação Joaquim Nabuco, realizam o Seminário “Malunguinho – 180 anos vivo na alma de um povo”, com o objetivo de congregar os saberes acadêmicos sobre a história dos quilombos e resistência negra/indígena em Pernambuco, a discussão sobre direitos humanos e intolerância religiosa, meio ambiente, história e os saberes tradicionais do povo de terreiro.

Esta atividade acontecerá fortalecida pela lei estadual da Semana da Vivência e Prática da Cultura Afro Pernambucana, a Lei Malunguinho de n°. 12.635/07, fruto de toda esta luta.

Sobô Nirê Mafá!

Que todas as nações e povos sejam bem vindos!

Alexandre L’OmiL’Odò
Coordenação Geral
  
Seminário
Malunguinho – 180 anos vivo na alma de um povo

Dia 04 de Setembro de 2015

Horário: 08 às 17h

Local: FUNDAJ – Fundação Joaquim Nabuco
Av. 17 de Agosto, 2187 – Casa Forte - Auditório Calouste Gulbenkian

150 vagas

Será dado certificado

Cerimonial Ricardo de Tertuliano

Inscrições pelo e-mail: quilombo.cultural.malunguinho@gmail.com
Secretária: Maria Betânia de Sibamba – 81 99901-3736 (TIM) / 98810-5925 (Oi)

Informações gerais em: www.qcmalunguinho.blogspot.com

Programação

- Programação sujeita a alterações

Dia 04/09

De 08 às 09h – Credenciamento no local do evento

09h – Abertura: Ritual com sacerdotes da Jurema celebrando Malunguinho

09:20h – Mesa Institucional de Abertura com representantes religiosos, instituições e academia

09h e 40min – Conferência Magna – Malunguinho - 180 anos vivo da alma de um povo.

Conferencista: Professor PhD Marcus Carvalho – UFPE

Coordenador da Mesa: Hildo Leal da Rosa – Arquivo Público Estadual/PE

Expositores: Quilombo Cultural Malunguinho - Professor Mestrando Alexandre L’Omi L’Odò – UNICAP e Professor João Monteiro

10h e 30min – Debate

11h – Coffe Breack

11:20h – Mesa redonda: A Jurema como elemento de preservação da história

Palestrante: Professor Dr. Sandro Guimarães de Salles – UFPE

Coordenador da Mesa: Professor Dr. Sergio Sezino Douets Vasconcelos - UNICAP

12h – Debate

12:30h – Almoço - Rest. Solar do Carrapicho (dentro da FUNDAJ)

14h – Mesa Redonda – Povos indígenas em Pernambuco: afirmando suas expressões socioculturais para garantia de direitos

Palestrante: Professor Dr. Edson Silva - UFPE

Coordenador da Mesa: Rogério Onofre - Estudante de História - UFPE e indígena do Povo Fulni-ô de Águas Belas/PE.

14:40h – Debate

15h – Mesa Redonda – O Povo de Terreiro e a luta por direitos humanos no Brasil – 180 de violações

Palestrante: Professora Dra. Marga Janete Ströher – Núcleo de Pesquisa de Gênero EST/RS e RENADIR

Coordenador da Mesa: Paulo Roberto Xavier de Moraes - Secretário Executivo de Diretos Humanos da PCR (a confirmar)

15:40h – Debate

16h – Coffe Break

16:15h – Conferência de Encerramento: Racismo e luta do povo negro no Brasil

Conferencista: Professor Dr. José Jorge de Carvalho – INCTI/UnB

Debatedora: Professora Dra. Cibele Barbosa da Silva Andrade - FUNDAJ

Coordenador da Mesa: Alexandre L'Omi L'Odò - QCM e Coordenador geral do Seminário.
16:50 – Debate


17h – Encerramento – Fumaçada dos Senhores Mestres

Instituição que apoiam o evento: Prefeitura de Abreu e Lima, Terreiro de Jurema Casa das Matas do Reis Malunguinho e Ilé Iyemojá Ògúnté.

Alexandre L'Omi L'Odò
Quilombo Cultural Malunguinho
alexandrelomilodo@gmail.com 
Coordenação Geral