Professor Jayro Pereira de Jesus - Teólogo Afro Indígena. Foto: CULTINE/Dvulgação.
POVO DE TERREIRO DA TRADIÇÃO DA JUREMA (JUREMOBIOÉTICA)
E DE MATRIZ AFRICANA DE RECIFE E REGIÃO METROPOLITANA TERÃO CAPACITAÇÃO EM
AFROBIOÉTICA
Em comemoração dos 10 anos do Quilombo
Cultural Malunguinho, decidimos fortalecer mais ainda o Povo Tradicional de
Terreiro com informação de qualidade na 7° Semana Estadual da Vivência e Prática
da Cultura Afro Pernambucana (Lei Malunguinho 13.298/07).
Visando contribuir para o Povo de
Terreiro na perspectiva de qualificar e alterar a esfera pública das Tradições
de Matriz Africana e Indígena, será ofertado de 22 a 27 de setembro de 2014, o
curso de capacitação introdutória em JUREMOBIOÉTICA e AFROBIOÉTICA para o Povo
de Terreiro da Jurema Sagrada (Juremaafrobioética) das Tradições de Matriz
Africana da cidade de Recife e região metropolitana. É tarefa igualmente do
curso, habilitar adeptos das Tradições da Jurema, de Matriz Africana e
Afro-Umbandista para atuarem mediante massa crítica nos Conselhos Municipais de
Saúde e nos Comitês de Bioética de Hospitais, Universidades (controle
afrosocial), etc.
Ofertado pela EGBÉ ÒRUN ÀIYÉ
(Associação Afro-Brasileira de Estudos Teológicos e Filosóficos das Culturas
Negras) pela Associação Nacional de Teólogos e Teólogas Afrocentrados/as da
Tradição de Matriz Africana, Afro-Umbandista e Indígena, bem como pela Escola
de Filosofia e Teologia Afrocentrada (ESTAF), e também pelo Quilombo Cultural
Malunguinho e a L’Omi L’Odò Produções – Pesquisas e Consultorias (estas duas
últimas organizadoras do curso em PE) a capacitação visa abordar os valores
éticos e morais da vida humana e em geral de acordo com visão de mundo dos
povos africanos trazidos para o Brasil compulsoriamente e dos povos indígenas.
O curso sobre JUREMOBIOÉTICA/AFROBIOÉTICA
é uma proposta que visa trazer à tona a gama axiológica e pressupostos
ontológicos negro-africanas para dialogar com as demandas contemporâneas no que
concerne a doação de órgãos, transplantes, aborto, tratamento de fertilização,
clonagem, células-troncos, embriões à luz da afroética, bem como da
Afrobioética e pesquisas com seres humanos, Afrobioética, mulheres negras e de
Terreiros, pressupostos afrofilosóficos e afroteológicos, afrobiodireito,
pressupostos civilizatórios africanos e a dignidade humana, questões de
identidade de gênero de acordo com os postulados da cosmovisão africana e
indígena, entre outros conteúdos que serão abordados no curso.
O curso abrirá espaço ainda para a
discussão da ética dentro da Jurema e dos cultos de matrizes africanas e
umbandistas.
A palavra Bioética é uma bricolagem
advinda de ética e vida (bio)
significando a grosso modo “ética da vida” ou ética aplicada à vida. Quando se
acrescenta mais uma palavra aqui no caso “afro” antecedendo a bricolagem e por
sua vez compondo uma tríplice (tri) colagem visa situar a África, como
nascedouro do ser humano, berço da civilização e o Egito africano como a fonte
da civilização ocidental (NASCIMENTO, Elisa Larkin. Introdução às antigas
civilizações Africanas. In: ___. A matriz
africana no mundo. São Paulo: Selo Negro, 2008, p. 56).
A capacitação já fora realizada na
capital pernambucana e no Rio de Janeiro no ano de 2013 com apoio do Ministério
da Saúde (DAGEP/SEGEP) e neste ano de 2014 realizou-se inicialmente nas cidades
de Belém (PA), Palmas e Porto Nacional (TO) e novamente Recife e, em seguida
pela segunda vez no Rio de Janeiro, contando com os apoios da SEPPIR e
novamente do Ministério da Saúde através dos órgãos DAGEP e SEGEP.
O facilitador da capacitação é Prof.
Jayro Pereira de Jesus (Ògìyán Kalafò Olorode), Teólogo de Formação e Teólogo
Afrocentrado de Visão Mundo Africana, Afro-Umbandista e Indígena, Licenciado em
Ciências Religiosas e Presidente da ATRAI.
A capacitação conta com o apoio da SEPPIR/SECOMT.
Evento: Capacitação Introdutória em JUREMABIOÉTICA/AFROBIOÉTICA para Povo de
Terreiro
Data: 22 a 27 /09 de 2014
Horário: Tarde e noite de 2ª
a 6ª e no
sábado o dia todo
Local de realização: Arquivo Público Estadual e Núcleo Afro
Apoio: Arquivo Público Estadual Jordão
Emerenciano, Prefeitura do Recife (Núcleo Afro) e Terreiro Casa das Matas do
Reis Malunguinho e Palácio de Iemanjá.
Alexandre L’Omi
L’Odò
Quilombo
Cultural Malunguinho