quinta-feira, 4 de setembro de 2014

IX Kipupa Malunguinho - Coco na Mata do Catucá Nós somos o Povo da Jurema e Merecemos Respeito!


IX Kipupa Malunguinho - Coco na Mata do Catucá
Nós somos o Povo da Jurema e Merecemos Respeito!

10 anos do Quilombo Cultural Malunguinho

INFORMAçÕES GERAIS DO IX KIPUPA MALUNGUINHO

Mais um ano vamos celebrar juntos a força da memória do Reis Malunguinho na Jurema Sagrada. O Nosso herói negro/índio pernambucano tem nos abençoado muito com tantas lutas vencidas a nosso favor, afinal a luta em prol do Povo da Jurema é nossa e precisamos somar e agregar mais e mais. Nosso nono ano de atividade coletiva é motivo de orgulho para as comunidades tradicionais de terreiro, pois com muita luta, estamos conseguindo (mesmo que com todas as dificuldades óbvias) desmarginalizar a Jurema de seu processo histórico de exclusão no campo da pesquisa acadêmica e por conseqüência no campo da mentalidade das demais religiões, pessoas etc. Tudo isso com a ciência sagrada da Jurema, que nos dá forças para prosseguirmos nesta estrada de muita luta e alegrias, de trabalho e empoderamento de nosso povo.

Este ano o Kipupa homenageia Mãe Biu do Portão do Gelo (Severina Paraíso da Silva) pelo seu centenário. Somar com o Povo Xambá nos orgulha, pois a figura da liderança feminina de Mãe Biu nos representa a todas e todos na luta por nossa religião. Sua história e resistência são exemplos de perseverança e orgulho religioso. Ela merece todas as homenagens, foi uma grande e importante iyalorixá que com sua fé ajudou sua comunidade a resistir de forma plena e fortemente preservada dentro dos fundamentos de sua nação.

Também comemoramos nossos 10 anos de existência enquanto Quilombo Cultural Malunguinho, data de muito orgulho para todos nós.

Atrações artísticas:

Lançamento do CD – Sobô Nirê – “Meu Labor da Mata” com toadas de Malunguinho cantadas por diversos artistas:

Shows:
Bojo da Macaíba
Grupo Bongar
Karynna Spinnely
Chinelo de Iaiá
Lucas dos Prazeres
Coco dos Pretos
Grupo Raízes do Xambá

As homenagens do Prêmio “Mourão Que Não Bambeia” pelos seus grandes feitos pela Jurema Sagrada vão para:

Mãe Biu do Xambá – Comemorando seu centenário
Mãe Eugênia Chang
Mãe Beatriz de Malunguinho
Mestra Mãe Biu de Alhandra
Professor Dr. Sandro Guimarães de Salles
Mãe Rosita de Tupinanji
Mãe Leonildes de Sibamba

Contamos com a participação de todas e todos para juntos fazermos o maior encontro de juremeiros e juremeiras do Brasil, nas matas sagradas do antigo quilombo do Catucá.

Para entender tudo sobre o Kipupa, leiam o texto do pesquisador Alexandre L’Omi L’Odò em seu blog: 


Informações sobre o evento (leiam tudo para não terem dúvidas):

R$: 25 reais o valor para comprar os bilhetes dos ônibus + DVD do Filme Malunguinho – Comprar no Mercado de São José, Box de Eliane. Ou, comprar nas mãos dos coordenadores.
Ou, R$: 15 reais apenas a passagem no transporte, sem o DVD do filme.

Cada terreiro pode organizar seus próprios ônibus individualmente. Façam isso, pois não pretendemos organizar todos os ônibus mais.

Quem vai de CARRO, KOMBI, VAN, ETC. terá que se encontroar com todos às 8h da manhã em frente à Prefeitura de Abreu e Lima para juntos entrarem na mata. Não entrem sós, pois podem se perder, o caminho é longo e confuso. Haverá sinalização no caminho da mata, mas mesmo assim, não arrisquem!

 Também, mesmo quem vai de carro ou de transporte individual pode contribuir com os R$: 15 reais, ou mais, já que o evento é feito com a contribuição de todas e todos.

O local principal de saída dos ônibus é no Memorial Zumbí dos Palmares, Pátio do Carmo no Recife às 7h da manhã. Sem atrasos. O retorno é às 18h.

Alguns terreiros estão se organizando para saírem ônibus de suas casas, quem quiser se agregar em alguns destes terreiros, se articulem individualmente e falem com os juremeiros e juremeiras responsáveis. Neste caso não precisam falar conosco.

Os juremeiros e juremeiras devem ir com roupa tradicional da Jurema, homens de calça, camisa e chapéu. As mulheres de saias coloridas, torso ou chapéu. Levem seus cachimbos, maracás, ilús, pandeiros e todos os objetos que acharem necessário. Vamos fazer uma festa bonita com o colorido tradicional da Jurema. Vamos manter vivas nossa raízes, a começar pelas roupas que são nossa identidade.

Quem desejar levar oferendas para Malunguinho fiquem a vontade, desde que sejam oferendas perecíveis, pois cuidamos muito da Mata Sagrada e não admitimos poluição no local. Portanto, confeitos, balas e doces: tirar das embalagens de plástico. Bebidas só o líquido é permitido oferecer (as garrafas recolher), Alguidares serão recolhidos após os atos de oferenda, Cigarro, é proibido deixar as piolas no chão. Animais não serão imolados no local. Favor respeitar todas estas normas.

É PROIBIDO ACENDER VELAS DENTRO DA MATA. No altar de Malunguinho haverá local para firmarem seus pontos de luz.

O Kipupa é um evento cultural e religioso, e por estes motivos, quem não for da religião, favor não tirar camisa no local, não usar drogas, não entrar na mata para outros fins que não sejam louvar Malunguinho e a Jurema Sagrada. Estaremos atentos com vigilantes no local para manter o respeito à tradição da Jurema.

O Kipupa não é um “piquenique na mata”, portanto, não fiquem bêbados e não vão na intenção de arrumar qualquer tipo de problema, briga etc. Malunguinho estará recebendo suas oferendas juntos com as demais entidades e divindades. Cuidado...

Os fotógrafos profissionais que forem ao evento, assim como os que irão filmar, avisamos que todo material feito/captado no local deve ser repassado posteriormente (semana seguinte) em alta qualidade ao Quilombo Cultural Malunguinho, nas mãos de seus coordenadores. Não permitiremos fotografar sem esta condição.

No local haverá comida e bebida a vontade para vender. A comunidade da Mata do Engenho Pitanga II é nossa parceira e colocam bastante comida variada à venda. Portanto, não se preocupar com comida. Quem quiser levar sua comida fique a vontade.

Não será permitido adentrar o rio dentro da mata, pois o local é de difícil acesso e não garantiremos socorro lá.

HAVERÁ AMBULÂNCIA (UTI MÓVEL) NO LOCAL E SEGURANçA.

HAVERÃO BANHEIROS QUÍMICOS PARA TODOS E TODAS

As pessoas podem levar suas faixas e homenagens à Jurema e ao encontro sem nenhuma restrição.

O local do Som será aberto para intervenções de terreiros, portanto fiquem a vontade para se expressarem.

É PROIBIDO USAR DROGAS NO EVENTO COMO UM TODO!

Vamos fazer uma linda festa como todo ano tem sido. Com paz, harmonia, fá e amor. Malunguinho tem dado muitas graças para os que o procuram. Portanto, vamos de coração aberto para celebrar a vida e nossos ancestrais negros e indígenas com a força da união da Jurema Sagrada. Todo este ato é uma luta contra o racismo!

O Kipupa é um ato para unir e organizar o Povo da Jurema, portanto, não vamos ter nenhuma vergonha de “baixar” nossos caboclos e caboclas, mestres e mestras, trunqueiros etc. este é um dia de liberdade religiosa para a Jurema, vamos colocar toda nossa ciência pra fora, vamos fumaçar e celebrar juntos!

Sobô Nirê Mafá Reis Malunguinho!!
Trunfa Riá!!!

Contatos:

81. 8887-1496 / 9525-7119 / 9428-7898 / 9955-9951

Produção e Coordenação

Alexandre L’Omi L’Odò – alexandrelomilodo@gmail.com
Ricardo Nunes -
João Monteiro – dundunmonteiro@yahoo.com.br


Alexandre L'Omi L'Odò
Quilombo Cultural Malunguinho
alexandrelomilodo@gmail.com 

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

7° Semana Estadual da Vivência e Prática da Cultura Afro Pernambucana – Lei Malunguinho 13.298/07


7° Semana Estadual da Vivência e Prática da Cultura Afro Pernambucana – Lei Malunguinho 13.298/07
Efetivando e Implementando as Leis Federais 10.639/03 e 11.645/08

A sétima Semana Estadual da Vivência e Prática da Cultura Afro Pernambucana, Lei Malunguinho 13.298/07, será realizada mais um ano pela Escola Estadual EREM Mariano Teixeira no bairro de Areias no Recife/PE.

A bela atividade organizada, produzida e sustentada por todos estes anos pela guerreira professora Célia Cabral, é um dos melhores exemplos que Pernambuco tem em relação à efetivação da implementação das Leis Federais 10.639/03 e 11.645/08.

A Lei Malunguinho foi criada para além de dar visibilidade e reconhecimento estadual à figura histórica e divindade da Jurema Sagrada Malunguinho, foi pensada também para fortalecer e ajudar as escolas e outras instituições de ensino do Estado a implementarem as citadas leis.

Pena termos apenas a Escola Mariano Teixeira nesta luta (ou não). Portanto, já é um bom indício do que pode vir a acontecer com outras escolas que se dispuserem a copiar este excelente exemplo com seus professores e gestores na luta contra o racismo e pela valorização da história e cultura africana, indígena e afrodescendente do Brasil no currículo escolar. Lembro que a efetiva4ão destas leis são obrigatórias e mais de 99% das escolas não a implementam no nosso país. Este é um dado frustrante, mas que estamos lutando para reverter com exemplos como o da Professora Célia Cabral.

A Semana Estadual da Vivência e Prática da Cultura Afro Pernambucana ainda contará com outras atividades realizadas pelo Quilombo Cultural Malunguinho, entre elas o curso de Juremabioética e Afrobioética ministrado pelo teólogo afro Jayro Pereira de Jesus (de 22 a 27 de set.), e também o IX Kipupa Malunguinho, o grande encontro nacional do Povo da Jurema que acontecerá dia 28 de setembro do corrente ano.

Segue programação do EREM Mariano Teixeira 2014:

EREM MARIANO TEIXEIRA
SEMANA ESTADUAL DA VIVÊNCIA E PRÁTICA DA CULTURA
AFRO-PERNAMBUCANA (Lei Estadual 13.298/07)

De 12 a 18 de Setembro de 2014

PROGRAMAÇÃO:
DIA 12/09/14 (sexta-feira):
Abertura com a Gestora Jacqueline Maux
Palestra sobre a Cultura Afro-pernambucana
Professora Célia Cabral e alunos do 1º e 2º anos
Convidados:
Coordenadores da Instituição Quilombo Cultural Malunguinho: Alexandre L’Omi L’Odò, João Monteiro, Líder comunitária da Vila Cardeal Silva: Fátima Monteiro
Local: CTE da Escola
Horário: 14h20

DIA 13/09/14 (sábado) e 14/09/14 (domingo)
Acessar o site www.qcmalunguinho.blogspot.com ; a direção, coordenação, professores, alunos, funcionários e comunidade escolar para deixar uma mensagem para a Instituição Quilombo Cultural Malunguinho pertinente aos assuntos afro indígenas ligados à cultura pernambucana.

DIA 15/09/14 (segunda-feira)
Exibição e debate sobre o Filme Malunguinho
Alunos do 1º e 2º ano, professores, coordenação, direção, comunidade escolar e convidados
Local: CTE da Escola
Horário: 10h30 e 14h30

DIA 17/09/14 (quarta-feira)
Alunos protagonistas em ação: músicas, danças, poesias, é a Cultura Afro-pernambucana em destaque
Local: CTE da Escola
Horário: 10h30 e 16h30

DIA 18/09/14 (quinta-feira)
Cuminância: Roda de diálogos
- Apresentação Teatro de Fantoches Baobá
Tema: Malunguinho, herói pernambucano, às 16h30
Professora: Célia Cabral e alunos do 1º, 2º e 3º ano
- Capoeira: Grupo Cobra com Mestre Marcelo, às 17h20
Convidados:
Fátima Monteiro (Líder comunitária da Vila Cardeal Silva)
João Monteiro (historiador)
Alexandre L’Omi L’Odò (historiador)
Samuel da Luz (gerente da Igualdade Racial da Prefeitura da Cidade do Recife)
Fátima Oliveira do GETERÊ (Grupo de trabalho em Educação das Relações Étnico raciais da Prefeitura da Cidade do Recife)
Local: pátio da Escola
Horário: 16h20 à 17h40
Encerramento: Gestora Jacqueline Maux, coordenação, professores e convidados

Alexandre L’Omi L’Odò
Quilombo Cultural Malunguinho
alexandrelomilodo@gmail.com

Professora Célia Cabral Uma mestra na arte de lutar contra o racismo na escola

 Professora Célia Cabral apresentando a culminância da Semana Malunguinho na Escola Mariano Teixeira 2013. Foto/Acervo QCM.

Professora Célia Cabral
Uma mestra na arte de lutar contra o racismo na escola

A Semana Estadual da Vivência e Prática da Cultura Afro Pernambucana – Lei Malunguinho 13.298/07, é um elo que foi criado para fortalecer a corrente da luta contra o racismo no Brasil. Uma lei que surgiu a partir da proposta do Quilombo Cultural Malunguinho, e foi discutida junto com os diversos movimentos negros e de terreiro de Pernambuco. A lei foi apresentada pelo Deputado Estadual Isaltino Nascimento em 2007 e aprovada como símbolo da luta do povo da Jurema/de terreiro em prol de reconhecimento aos seus heróis negros indígenas marginalizados pela história.

A materialização e efetivação desta lei, hoje só pode ser vista de fato na Escola Estadual Mariano Teixeira, no bairro de Areias, Recife/PE.

A bela atividade organizada, produzida e sustentada por sete anos ininterruptos é realizada pela guerreira professora Célia Cabral, ou Célia Malunguinho, como ficou conhecida após toda esta luta pelo fortalecimento da ideia política de uma sociedade sem racismo e de uma escola não eurocentrada, ou ocidentalizada nos conteúdos curriculares. Este é um dos melhores exemplos que Pernambuco tem em relação à efetivação da implementação das Leis Federais 10.639/03 e 11.645/08, que tem na Lei Malunguinho um “reforço” para sua implementação, que é obrigatória, e que mais de 98% das escolas no Brasil não a efetivam como deveriam, infelizmente.

Professora Célia Cabral apresentando o teatro de fantoches (Malunguinho, Herói Pernambucano). Escola Mariano Teixeira 2012. Foto/Acervo QCM. 

A Professora Célia Cabral, é um orgulho para o povo negro, indígena e de terreiro do país. Ela faz a diferença onde atua. É uma professora comprometida com a causa da extinção do racismo e é ativa na luta por uma escola menos embranquecida e racista. Ela é “Mourão Que Não Bambeia”! Nós aplaudimos seu trabalho que merece ser copiado por todas as escolas que estejam comprometidas com a mudança de paradigmas históricos preconceituosos e racistas.

Salve, Célia Malunguinho, Célia Baobá, Célia de Xangô, Célia da Jurema, Célia guerreira da educação! Axé!

Alexandre L’Omi L’Odò
Quilombo Cultural Malunguinho
alexandrelomilodo@gmail.com